Não sei se é talento ou desalento
esta coisa que me sobra cá dentro.
Na dúvida, não me sento.
Porque se me sento, rebento.
esta coisa que me sobra cá dentro.
Na dúvida, não me sento.
Porque se me sento, rebento.
Não faço ideia se é uma coisa ou outra
mas mais do que o medo do desalento,
ou o pavor do talento,
o que me consome é a dúvida,
cá dentro.
mas mais do que o medo do desalento,
ou o pavor do talento,
o que me consome é a dúvida,
cá dentro.
E eu deixo.
Deixo porque enquanto me consome a dúvida
não me destrói o talento,
ou o desalento.
Deixo porque enquanto me consome a dúvida
não me destrói o talento,
ou o desalento.
- Ai como dói o desalento de uma tão grande falta de talento.
Ou
- Ai como dói este enorme talento, para o desalento.
É isso.
Bom, talvez seja isso, não sei.
E reparem que não perguntei.
Afirmei.
Não sei se é talento ou desalento.
Ponto final.
Enquanto a dúvida permanece, não é uma coisa nem outra.
E é na dúvida eterna que encontro o meu sustento.
Mas a dúvida só cresce se a alimento...
Por isso reparem na dúvida que afirmei:
não sei se é talento ou desalento.
- As dúvidas não se afirmam, perguntam-se.
Diz logo alguém.
(Há sempre quem responda ao que não se perguntou)
Mas será que falo para ninguém?
Diz-me, eu perguntei?
Ou
- Ai como dói este enorme talento, para o desalento.
É isso.
Bom, talvez seja isso, não sei.
E reparem que não perguntei.
Afirmei.
Não sei se é talento ou desalento.
Ponto final.
Enquanto a dúvida permanece, não é uma coisa nem outra.
E é na dúvida eterna que encontro o meu sustento.
Mas a dúvida só cresce se a alimento...
Por isso reparem na dúvida que afirmei:
não sei se é talento ou desalento.
- As dúvidas não se afirmam, perguntam-se.
Diz logo alguém.
(Há sempre quem responda ao que não se perguntou)
Mas será que falo para ninguém?
Diz-me, eu perguntei?
Não perguntei.
Afirmei.
Não sei se é talento ou desalento.
Na dúvida nem tento.
Com sorte não é uma coisa nem outra
é apenas isso mesmo,
uma crosta que cresce cá dentro.
E quem foi que a deixou aqui
bem ao centro?
Quem foi que a deixou neste lugar maldito
onde as feridas se alimentam
Afirmei.
Não sei se é talento ou desalento.
Na dúvida nem tento.
Com sorte não é uma coisa nem outra
é apenas isso mesmo,
uma crosta que cresce cá dentro.
E quem foi que a deixou aqui
bem ao centro?
Quem foi que a deixou neste lugar maldito
onde as feridas se alimentam
imagine-se,
a fermento.
Eu não fui com certeza.
Eu que nem me aguento,
Aguento, aguento...
Claro que aguento.
a fermento.
Eu não fui com certeza.
Eu que nem me aguento,
Aguento, aguento...
Claro que aguento.
Vou aguentando o tempo.
Até o alimento.
Porque sei que esta crosta, este cinzento
há-de finar-se comigo cá dentro.
E sem sustento,
sem a dúvida que me dá alento
aí sim,
juro que não aguento.
Até o alimento.
Porque sei que esta crosta, este cinzento
há-de finar-se comigo cá dentro.
E sem sustento,
sem a dúvida que me dá alento
aí sim,
juro que não aguento.
Sem comentários:
Enviar um comentário