quinta-feira, 14 de março de 2013

Cancelamento

Decidi hoje, agora.
Vou parar de respirar.
Sem circos nem foguetões
cordas, quedas, camiões
comprimidos empapados
em álcool,
desgraçados.
Não quero cá depressões
nem tão pouco embriões
de aflições.
Vou limitar-me a parar,
de respirar.
Sente-se a senhora do canto
o senhor aqui da frente
e sente-se o menino também.
Prendam os cãezinhos na trela,
e já agora,
alguém segure a minha mãe.
Perdoem-me se compraram bilhete
o espectáculo prometia, bem sei.
Mas não estou pra confusões,
desordens ou multidões.
Assobiem se quiserem
estão no vosso direito, senhores.
Ainda assim,
já não vai haver quem ria
nem chore.
Já não vai haver magia
ou folclore.
Gritem bravo se entenderem
não é caso para menos, senhores.
Porque assim,
já não vai haver quem via
as cores
com eu as sabia
todas pretas, de cor.

Sem comentários: