Porque só tu para me fazeres rir das coisas sem graça, para além das que nos juntam em ilhas remotas de quatro patas no canto do café.
Só tu.
- Já escolheram?
Quão remota pode ser uma ilha de quatro patas num café?
Tão remota, a nossa ilha.
Só tu para me arrastares em devaneios náufragos.
Só tu para me levares onde for.
Só tu para me apartares assim.
- E então, já escolheram?
Quão remoto se pode naufragar onde for?
Longe, muito longe.
Só tu para me conseguires assim, completa.
Já nem o empregado pergunta. Claro que escolhemos. Está bom de se ver que o pedido foi feito.
A tua boca distante, inteirinha nos meus olhos. Os lábios mudos a escreverem encantos no ar, contos fantásticos, tesouros a dois, ilhas pernetas para que não se possam mexer...
Tudo quieto depois de lá chegarmos. Âncora ao fundo e o mundo inteiro para nós.
Quão remota é a ilha onde se pode ancorar o mundo inteiro?
Demasiado remota para que se chegue com vida.
Só tu.
Diz-me, quantos tus para cá chegares?
Sem comentários:
Enviar um comentário