sexta-feira, 13 de março de 2015

Lenga-lenga derradeira


Três pêlos na cara
muitas rugas no queixo
dentes num copo
cabelo de desleixo

Um altinho nas costas
raízes grossas nas mãos
tantos risquinhos na boca
quatro rodinhas no chão

Uma dor de verdade
da doença de enfeite
traz-lhe um chá bem quentinho
e arranja que se deite

Já não vai saltar ao eixo?

Sorriso grande
sem risquinhos marcados
o copo vazio
os dentes molhados

Porque ao eixo não pode
vai saltar ao pé coxinho
resta saber se alguém
lhe faz rolar o caminho

Enrola o melão
desenrola a melancia
quem fará a gentileza
de empurrar a minha tia?

É que agora não posso
estou muito atrapalhada
Não contes comigo para isso
para quê empurrar o nada?

Para que brinque um nadinha
mesmo um nadinha de nada
o parque vê-se daqui
coitada se morre sentada

Se a empurrares de mansinho
salta logo do carrinho
mal veja outro nadinho
rolado por gente ocupada

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