segunda-feira, 30 de novembro de 2015

...

Procura-me onde não sei se estarei
Desconheço para onde vou
É por isso provável que lá me encontres... 
Já cheguei?
Segura-me firme, não me deixes fugir
não sei se voltarei
Precisa-me nestas horas de nada, nem de ninguém
Procura-me, que não te encontrei
Encontra-me por Deus
juro que te procurei.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Da virtude

A virtude não está no meio, está nas pontas.
No meio está, sem dúvida, o aperto, a dificuldade séria disto tudo, porém não a virtude.
Está a escolha, a espera, a incerteza. Enfim, o caminho. Porém, não a virtude. Ser isto e não aquilo. Optar. Acertar. Cair. Escorregar. Levantar.
E apertar, apertar...
E mesmo com força, voltar a escorregar. Passar horas, dias, meses, anos, um segundo que seja, sem acertar. Só errar. Depois encontrar, segurar, e voltar a escorregar. Cair e levantar. Nunca saber, só esperar.
Aguentar, aguentar...
No meio está isto tudo, porém não a virtude.
É bonito, mas não é a virtude.
Não duvidem, meus senhores, a virtude está nas pontas. Viver sem medo. Ser assim e gostar. Não ter pudor. Não pensar muito se revelar, ou ocultar. Mostrar. Dizer, de preferência a gritar. Na virtude não há limite de coragem ou decibéis. É ter coragem de ser, e clamar
O que é a virtude?
É decidir e respirar
O resto é alcatrão para lá chegar.