quarta-feira, 21 de abril de 2010

O urso com música na barriga

“O urso com música na barriga” é um dos livros da minha infância. Foi talvez a primeira vez que me dei conta que tudo é possível. Cheguei até a substituir no meu vocabulário a expressão “desde que vi um porco a andar de bicicleta...” por esta mais elitista: “desde que vi um urso com música na barriga...”.
Felizmente não conheço ninguém para além de mim que pertença a esta elite (gosto de acreditar que quando estou sozinha numa situação, não sou uma besta mas sim uma elite). Elite ou não, fica-me a tranquilidade de mais nenhuma criancinha ter sido confrontada com esta anormalidade.
Lembro-me de ficar horrorizada de cada vez que tentava imaginar o urso a engolir o rádio. Note-se que à época não falávamos de ipod’s. Um rádio era geralmente um autêntico tijolo de plástico com arestas vivas e indigestas.
Dizem que estes livros servem para estimular a capacidade de fantasiar das crianças.
Pois...
Pessoalmente, agradeço e aprecio (agora à distancia, claro) a boa vontade mas nunca precisei disso. Estímulos como este resultaram sempre em várias noites de terrores nocturnos.
Por isso, aqui fica o meu agradecimento público aos meus pais que na melhor das boas vontades me empurraram para a agonia.
DEIXEM AS CRIANCINHAS EM PAZ POR FAVOR!

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