quinta-feira, 28 de março de 2013

Bacteriano, ano, ano...

Abaixo os caucasianos os negros e os marcianos
Abaixo os hispanos e os açorianos
Abaixo os humanos
Promíscuos ou puritanos
sensatos ou levianos
Abaixo fulano e sicrano 
Decapite-se beltrano.

Abaixo o pensamento freudiano
o idealismo kantiano
o estilo camoniano
Descarte-se o cartesiano
qualquer raciocínio humano
melhor ainda
descarte-se tudo quanto é humano
até o Ser
Não há questão
É tudo um engano
Um engano
gano
gano...
Um engano galopante
Bacteriano
ano
ano...

Abaixo o engano e o desengano
Não
abaixo apenas o desengano
Abaixo o pobre bichano
mas... mas...
Abaixo tudo, até o pobre bichano!

Abaixo o canto gregoriano
(só o canto)
Abaixo o sagrado 
Abaixo o profano
Abaixo o feixe hertziano
Abaixo o Polo Norte
e o Sul
Expluda-se o Meridiano
e de caminho
o comboio interurbano.

Aparem-se as pernas ao gigante
ofereça-se um banco ao  liliputiano
Ponha-se tudo mediano
Mediano
ano
ano...
Engano
Pequeno, grande, mediano
tudo um engano
bacteriano
o quotidiano
ano
ano
ano...

Ressuscite-se Fleming
ou então
Desça-se o pano, desça-se o pano.
Risque-se um fósforo
e ligue-se o gás butano.


Sem comentários: