sábado, 2 de março de 2013

Tudo é amor (remasterizado)

Estou zangada com o Mundo, e acho que é recíproco.
Tenho razões de sobra para acreditar, que também ele está zangado comigo.
Não o culpo.
Na realidade sempre preferi a Lua.
O Mundo, ciumento, ressentiu-se, claro.

Posso pedir-te desculpa por gostar mais da Lua, mas não posso deixar de gostar mais da Lua, entendes?
Posso dar-te tudo aquilo que está ao meu alcance, mas não te posso dar aquilo que não me pertence.
E isso, é dar-te Tudo, compreendes?

Espero que me ames de volta, mesmo dando-me apenas tudo aquilo que tens para me dar. E que aproveito para te dizer, caro Mundo, andas a distribuir mal os presentes.

Ainda assim, se é tudo, agradeço-te.

Entretanto, 
enquanto espero que o teu tudo cresça,
vou continuando a preferir a Lua, e a dar-me eu tudo a mim.
Porque esse tudo, é o único que posso fazer crescer.
No fim da linha, esse meu tudo que tenho para me dar, é o único em que posso confiar.

E mesmo sabendo que fazer um tudo TUDO
(ainda que tratando-se do tudo de mim para mim)
é difícil,
esse, pelo menos, eu posso engordar.
Os outros, dependem, lá está, dos outros.
E os outros, têm outros tudos para alimentar.

Por isso, por amor de Deus, pára de te queixar!
Estou despida, não vês? Vazia, não sobrou nada...
Nem uma tanguinha para me tapar as vergonhas.
Está um frio do caraças e dei-te tudo o que tinha.
E dar-te Tudo, é amor.

Por isso, cala-te e aguenta-te com esta:
Amo-te, mas gosto mais da Lua.

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